Começou com um notebook. “Caramba, isso deve ser caro!” Me disseram que uma moça muito rica disse que a dona do notebook era muito rica. Devia ser, assim, bilionária…
Se eu fosse bilionária, eu pensei, ia ter um desses. Mais! Ia ter um computador de cada de toda a linha! Contei a história a uma amiga, sentadas à sarjeta de um bar lotado. “Se eu fosse bilionária, não ia me preocupar com quantas cervejas eu pedi”.
Na ida até o banheiro perguntei ao garçom se os dvds estão à venda. Não. “Só se você pagar 60 reais cada um”, ele gracejou. “Se eu fosse bilionária”…
Começamos, assim, a pensar em todas as coisas que iríamos querer. Deixar o trabalho, montar um trabalho, comprar uma bicicleta dobrável, sair em baladas caras, não se preocupar nunca mais com aluguel, ter um carro, ir no restaurante que eu quiser, viajar sempre de avião…
Mas tem gente, eu pensei, que pensaria outras coisas: ter uma casa, pagar uma faculdade. Comprar comida. Pra você, o que é ser bilionário? O que é ser bilionário, num país miserável como o Brasil?
Nota: o texto tem que ir num crescendo: coisas banais e coisas caras, coisas que se precisa e se quer comprar, aluguel, restaurantes, balada… Mas aí pensei: tem gente que pensaria outras coisas: por exemplo pagar uma faculdade. Ou comida, ou casa. Pra você, o que é ser bilionário? O que é ser bilionário num país miserável como o Brasil?
Tem que ter um tom de chiste no começo, que vai se desconstruindo até chegar na pergunta (e a pergunta é o todo)
Jimmy e um smart